sábado, 28 de dezembro de 2013

Marxismo sem polilogismo - há algo aproveitável em Marx?

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=982

Comentários de Bernardo:

(19/05/2011)

"Esse negócio de que Marx era um gênio é piada. Eu afirmo com todas as letras: Marx era burro! Burro mesmo, sem brincadeira. Por exemplo, Marx passou uma década estudando matemática financeira e não conseguia entender juros compostos. Marx passou duas décadas estudando cálculo diferencial e escreveu os "Manuscritos Matemáticos", que são ridículos, abaixo do nível de qualquer aluninho de engenharia de primeiro ano. Marx passou a vida inteira estudando Hegel e não entendeu porra nenhuma (tanto que ele achava que a "Ideia" de Hegel corresponde às ideias, no sentido psicológico -- o que faria arrepiar os cabelos do cu de Hegel!).

O amiguinho, Engels, chegava a ser pior. No Anti-Dühring, por exemplo, ele afirma com todas as letras que paridade não é uma propriedade dos números, mas do sistema de representação numérica! Mais do que isso: afirmou também que era uma "contradição" dizer que a raiz quadrada de A é o mesmo que A^(1/2)... Karl Marx, "o gênio", deu aval a isso.

Entre tantos outros erros bizarros, na teoria do valor de Marx, dois merecem destaque. O primeiro (que no texto aparece depois) é relativo à diferença entre "trabalho simples" e "trabalho qualificado". Marx sabe que trabalhos diferentes são remunerados de forma diferente. Então, ele "argumenta" que o "trabalho qualificado" funciona como um "trabalho simples" potencializado, multiplicado. Como se o trabalho de Picasso fosse a mesma coisa que o trabalho de dez mil pintores de parede. Resolver a coisa desta forma, como foi observado por Böhm-Bawerk, já seria incorrer numa petitio principii. No entanto, a coisa é pior. Antes de chegar a este ponto, Marx já havia "estabelecido" que o determinante do valor é o TRABALHO HUMANO ABSTRATO, que é o trabalho humano enquanto tal, desprovido de todas as suas qualidades. Ora, se você desprezou as diferenças qualitativas, como agora pode aparecer diferença entre trabalho simples e qualificado? Pela teoria do valor de Marx, trabalho simples tem que valer exatamente a mesma coisa que trabalho qualificado, pois o valor independe das qualidades dos trabalhos concretos, porra! Ou seja, a existência de diferenças salariais PROVA que a Marx está errado.

O segundo erro está na exatamente na exposição do conceito de trabalho humano abstrato e sua relação com o tempo socialmente necessário à produção. O problema que Karl Marx enfrenta é simples: se o trabalho humano incorporado à mercadoria durante a produção é a fonte de valor, então o trabalho de um preguiçoso deveria valer mais do que o de um trabalhador ágil. Logo, segundo Marx, o que importa não é o trabalho concreto, mas o trabalho humano abstrato, que seria medido pelo tempo socialmente necessário.

Pois bem, isso é nonsense total! Numa abstração NÃO se pode acrescentar nenhuma propriedade ao objeto. O processo de abstração é de desconsideração de certos aspectos. Se eu falo do ser humano, abstraindo da sua altura, eu não posso dizer que o ser humano é um animal que mede 1,70m. No trabalho humano abstrato, só há duas possibilidades: i) o tempo de trabalho foi abstraído ou ii) não.

No segundo caso, não se pode falar em tempo socialmente necessário. Se, no processo de abstração, o tempo não foi abstraído, então o tempo de trabalho considerado tem de ser NECESSARIAMENTE o tempo de trabalho concreto!

No primeiro caso, se o tempo de trabalho FOI abstraído, então o trabalho humano abstrato deve ser considerado sem referência a NENHUM tempo de trabalho! Não cabe falar em tempo socialmente necessário também.

Resumindo: o conceito de "tempo socialmente necessário" -- seja lá a forma que seja usada para calculá-lo -- não passa de uma gambiarra teórica. Não foi deduzido: foi simplesmente postulado para resolver um problema que o fundamento da teoria não consegue atingir. Trata-se de um jogo de palavras, em que o leitor passa de "abstrato" para "socialmente necessário", sem dar-se conta de que isso não faz o menor sentido. Ou o tempo é abstraído ou não: se sim, então não cabe falar em tempo nenhum; se não, o que vale é o tempo de trabalho concreto. "

(20/05/2011)

"... Não é possível dizer que um sujeito é inteligente quando ele acredita que, se o número 7 for escrito na base 5 (ficaria escrito 12) ele DEIXA de ser ímpar. Não é admissível para um aluno de inteligência mediana na oitava série cometer esse tipo de erro. No entanto, Engels o comete e Marx não o corrige -- porque não percebeu a idiotice feita por Engels.

A obra inteira de Marx é feita dessas coisas. Por exemplo, a doutrina da tal "alienação" surge de uma "estupidez" enorme. Ele usa a palavra em três sentidos diferentes: alienação no sentido jurídico, alienação no sentido de "estranhamento" e alienação no sentido de deterioração da qualidade de vida das pessoas. Como a alienação jurídica é essencial ao capitalismo, ele conclui que a "alienação" no terceiro sentido é essencial ao capitalismo!

É claro que Marx usa de má fé. É claro que ele é desonesto. Não é possível imaginar que ele realmente não conseguia perceber nenhum desses erros bobocas. Mas também me parece extremamente provável que, pelo excesso de uso, ele simplesmente parou de conseguir enxergar esse tipo de coisa.

O próprio Marx confessa, numa carta de 15 de agosto de 1857, que ele escrevia de tal forma que, qualquer coisa que acontecesse, ele poderia usar da "dialética" para ficar certo no final das contas. Ou seja, ele confessa a própria desonestidade nessa carta a Engels. Exemplo disso acontece na teoria dos salários: rigorosamente, pela teoria do valor, os salários deveriam ser imutáveis; no entanto, há passagens em que Marx parece falar que há elevação dos salários, mas que a desigualdade aumentaria; há ainda a tese que mais aparece, que é a da redução absoluta do padrão de vida -- que aparece nos capítulos finais do volume 1 d'O Capital, assim como no Prefácio da 1ª edição. Isto realmente mostra o quanto Marx é desonesto.

No entanto, todo mundo que entra no mundo marxista realmente passa a pensar dessa forma. O marxismo é realmente uma máquina de emburrecimento. Não é que a pessoa é burra em si mesma; ela se emburrece para determinados assuntos. 

Determinar, no marxismo, o que é erro genuíno e o que é desonestidade é dificílimo. Mas há um critério que pode ser usado em alguns casos: todo erro de raciocínio muito óbvio que chegue a causar vergonha deve ser considerado como erro. A malícia não leva ninguém a querer fazer papel de ridículo!

E é exatamente por isso que eu citei aqueles exemplos. Nas ciências sociais é muito fácil ficar de conversa mole. Agora, matemática básica, ginasiana, não admite isto. E ali está um bom teste da inteligência, da capacidade de apreensão da verdade. Espero que tenha ficado mais claro..."